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Viver Bem!!!

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Como criar um jardim urbano


Gilberto Elkis
Há 20 anos criando áreas deliciosas
de contemplação e interatividade,
Elkis é um administrador de
empresas que aprendeu paisagismo observando a natureza.

Há jardins de contemplação e jardins de uso. Essa é apenas uma das muitas orientações que o paisagista Gilberto Elkis nos passa nessa lição. As diferentes formas de utilizar a sua área verde farão você repensar as escolhas dos tipos de planta e vasos. Quanto mais critérios você tiver, melhor será o resultado final.

Plantas, flores, caminhos... Basicamente é isso que todo jardim tem, no entanto existem muitas linguagens para compor tais elementos. É essa forma de expressão que caracteriza os diferentes estilos paisagísticos. Os mais clássicos vêm das escolas européias. O jardim francês valoriza a simetria, prima pela rigidez das formas, tanto nas topiarias – arbustos esculpidos - quanto nas cercas vivas que delimitam os canteiros. Vistos de cima, lembram cidades, com alamedas e praças. O inglês é mais solto, dá a impressão de que tudo sempre esteve ali, nada foi plantado. Mas, muito pelo contrário, essa “bagunça” é milimetricamente estudada, justamente para conquistar o visual despretensioso. Caracteriza-se pelas flores selvagens e pelos caminhos que parecem pertencer há anos ao lugar. Seu traçado é livre e a água corre como em riachos ou em tanques de contorno irregular. Já o italiano abusa das flores e dos vasos de terracota.
Lembra um pouco o jardim francês, devido a presença das topiarias, mas é bem mais informal. Apresenta canteiros e alamedas delineadas por cercas vivas, além de frutíferas, fontes e estátuas.

Há também os jardins orientais, representados principalmente pelo japonês e pelo zen. O primeiro se destaca pela complexidade dos elementos, em que tudo tem um significado. A riqueza de detalhes se deve a necessidade de criar belos cenários em áreas reduzidas, uma vez que o Japão é um país de pouca extensão territorial. São espaços que transmitem paz e espiritualidade. Por sua vez, o zen apresenta pouquíssimos elementos, que também expressam simbologia. Geralmente são pedras ao centro do terreno, representando as ilhas do oceano, e pedrisco marcados pelo rastelo, lembrando as ondas do mar.

Mais próximo de nossa cultura, o paisagismo tropical é muito bem traduzido pelo trabalho de Roberto Burle Marx, reconhecido no mundo todo pela linguagem orgânica que ele criou. São paisagens de aparente desordem que reproduzem a exuberância das matas. Outro estilo com raízes nacionais é o chamado caipira. Totalmente informal, pode ser feito em qualquer lugar, até em áreas minúsculas. Ele não tem projeto, surge de maneira espontânea, conforme a vontade de seu dono. Canteiros de ervas e frutíferas são presenças constantes nesses jardins.

É possível misturar num único projeto esses estilos? Apesar do paisagismo ser uma arte livre, cuidado com a confusão visual. Nem todos os estilos permitem uma simbiose entre eles. Mas existem casamentos felizes, como um jardim francês com toques do italiano, ou inserir elementos do tropical dentro de projetos clássicos e até incrementar um pouco mais o espartano paisagismo zen.

Jardins podem ser apenas contemplativos, no entanto a grande tendência é torná-los cada vez mais interativos. E para tanto, não é preciso muito. Adaptar um banco entre as plantas já é o bastante para garantir um recanto prazeroso, de onde se pode apreciar a vista, bem como ler, tomar um café ou simplesmente relaxar. Caminhos também são bem-vindos, pois permitem transitar pelos canteiros, assim como os gazebos, responsáveis por gostosas zonas sombreadas, ideais para refeições ao ar livre. Fontes, espelhos d’água e piscinas são outros grandes atrativos, uma vez que o barulho da água em movimento proporciona paz e tranquilidade.

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